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POEMAS DA NULIDADE

 

 

"O poeta Cláudio B. Carlos (CC) veio até mim há alguns anos através de um livro: Um arado rasgando a carne. A leitura trouxe impacto. Eu que vivo no estremecimento, senti vibrar dentro. Eco que procuro em leituras e de leitura em leitura vou colhendo – trigo entre o joio, trigo entre o joio. Lembro que li Um arado rasgando a carne e o coloquei entre os livros – trigos maduros.

 

A poesia em nossos dias pode ser mesmo 'A Estrela na Sarjeta'. Esplendor sem fim acima de nossas cabeças. Algumas pessoas só lembram que ela existe quando encontram uma poça de água suja e ali encontram uma pequena luz refletida. Bastava levantar o olhar e deixar cair chuva de estrelas/poesias em suas cabeças.

 

Alguns vivem encharcados dessa luz e seguem derramando gotas/estrelas.
Poemas da Nulidade derrama estrelas sobre estrelas. O livro canta a maldição de ser poeta:

 

     POETAS SEREMOS
     bicho-de-goiaba goiaba é?  
                                                       M

                                                            A

                                                              L

                                                                D

                                                                   I

                                                                    Ç

                                                                      Ã

                                                                        O

corpo de estranheza num ambiente...

 

O ambiente da poesia do Cláudio B. Carlos passa distante dos jardins assépticos.

 

 

O poema longo que abre o livro – 'A estrela na Sarjeta' – traz o Agenor – mamado, desmilingüido, fraquinho e torto. Os personagens deste poeta são retirados da realidade mais nua. O Bicho-Homem. A lembrar que a Poesia pode ser tanto água pútrida quanto Perrier. E entre poemas-narrativas e mil indagações estes Poemas da Nulidade traçam a certeza que a poesia trafega entre o nada e a flor:

 

Aqui não nascem flores

       o chão é concreto

      é chã

      cimento

 

Assim abre a certeza na série 'Fractal | Variáveis sobre o mesmo tema ou sobre tema nenhum'. Ainda que pela meia-noite os ratos arranhem a madeira a poesia insiste em se espalhar sobre a mesa, nesta certeza:

 

& o que será amanhã

               macieira em flor

                                       pomar

             as mudas crescendo caladas

 

O ser humano este 'Nada' narrado em poesias. O Nada de Fernando Pessoa que abre a Poesia – 'Tabacaria':

 

     Não sou nada.

    Nunca serei nada.

    Não posso querer ser nada.

   À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

 

 

O Nada (ninguém) de Emily Dickinson:
 

    Não sou Ninguém! Quem é você?
    Ninguém — Também?
    Então somos um par?
   Não conte! Podem espalhar!

 

 

Estas poesias dos meus ícones bailam em ondas em minha memória enquanto leio Poemas da Nulidade. Mar de certeza da  pequenez humana que encontram eco neste livro.

 

O homem é o cão do homem na sua vida de boi...

 

Este pequeno livro fragmentado de estrelas, homens reais e certezas. As interrogações do poeta apontando as frustrações desde o Agenor – o bêbado da poesia que abre o livro – até a criança que espatifa agarrafa de Coca-Cola na calçada e assiste aos cães lambendo o líquido ansiado.

 

Os sonhos caindo na calçada e na sarjeta, estrelas molhadas de lodo.

 

O poeta é este ser que questiona o mundo e a humanidade em cada cena. E sabe que é:

 

     MENDIGO                                     o poeta deve ser maltrapilho

      assim condiz com a realidade

     (...)

     não me chame pelo nome          me xingue de poeta

 

Só o poeta sabe o estranhamento que causa. Bicho de goiaba. Palavrão em carne viva, segue moldando a palavra e estendendo a alma sobre a mesa."

 

 

Bárbara Lia
Poeta e escritora

prefácio de Poemas da Nulidade (2ª edição, 2011).

 

 

 

 

LIBERDADE VIGIADA & outros pequenos poemas que gritam...

 

 

"Recebi o seu livro Liberdade Vigiada e apoio totalmente sua iniciativa, mais uma vez. Aproveito para dizer que em seu livro mais recente você conseguiu ser conciso e preciso, e nos poemas maiores você manteve a palavra exata com muita felicidade. Sempre incisivo e contundente."

Cleber Pacheco, poeta, escritor, mestre em letras - Esmeralda, RS.

 

 

 

temporais atemporais tempo temporão

 

"Prezado escritor,

Agradeço pelos livros de poesia que remeteu. Andei lendo e observei o seguinte: textos com metalinguagem, erotismo (às vezes com toques agressivos, ou ao menos, crus), jogos de palavras, textos mais líricos, toques de concretismo. No geral, senti um amadurecer. São textos curtos, incisivos sempre. Há reflexão, questionamento, provocação. Felizmente você não é um conformado. Nem se acomoda. Gostei da ideia de fazer os livros em casa. O projeto gráfico é bom. As capas são simples e belas. Achei ótimo esse seu projeto. Pessoalmente, prefiro o temporais atemporais tempo temporão, mas isso é só uma questão de gosto."

Cleber Pacheco, poeta, escritor, mestre em letras - Esmeralda, RS.

 

 

 

 

A pedra da realidade

 

"A Pedra da Realidade: 'Para sonhos de papel / o peso / da pedra da realidade'.
Assim começa uma viagem sem retorno ao mundo da realidade poética, pintada por CC.
São poesias com contextos realistas traduzidos em tons intimistas, apresentando o cotidiano, o sexo, a vida, com humor e muita beleza.
Jogos de palavras, brincadeiras com a rima e poesia visual convidam à reflexão e ao prazer sensorial.
Sua poesia transcende ao papel. Alça vôo. E com ela, a imaginação do leitor.
Como se tudo isso não bastasse, um charmoso livro feito em casa, pelas mãos do próprio autor...
Parabéns, CC e... muito sucesso!"

Caroline Schneider, escritora e tradutora – Curitiba, PR.

 

 

"Cláudio querido,
 

Pude acompanhar seus escritos através do seu blog e isso só fazia aumentar minha vontade de ter o livro 'em carne e osso'.
Minha alegria é agora completa, pois folheando vou sentindo suas palavras ora fortes ora suaves formando poesias que chicoteiam a imaginação.
Deliciosamente artesanal, motivo para maior admiração."

Márcia (clarinha), Rio de Janeiro, RJ.

 

 

 

 

O aprendiz de poeta

 

 

“Somente uma alma genuinamente boa seria capaz de escrevê-lo sem se perder no didatismo.”

 

 

Hercília Fernandes, poeta, professora da Universidade Federal de Campina Grande (PB).

 

 

“Literatura infantil para gente grande.”

 

Célia Silveira Santos – Lisboa, Portugal.

 

 

“Ler O aprendiz de poeta recordou-me do quanto a poesia é janela para a alma. Nando, vendedor de rosas, representa, na verdade, o eterno aprendiz que somos no ofício de viver e poetizar a vida. O Pessoa. O Bandeira. A imagem do poeta ‘sendo poeta’. Que livro maravilhoso. Grãos de encanto no ar. Obrigado por fabulosa sensibilidade!”

 

Abraão Vitoriano, poeta – Santa Helena, PB.

 

 

 

“Belo livro! O Abel é a sua cara, Cláudio B. Carlos. Ou seria o contrário? O Aprendiz de Poeta é muito bacana.”

Flávio Otávio Ferreira, poeta – Araxá, MG.

 

"Devorei O Aprendiz de Poeta. Que bela ideia! Adorei o Nando terminando o livro ao repetir a trovinha de Fernando Pessoa.
Excelente! Gostosamente didático ao definir a indefinível poesia... Parabéns!"

 

Airo Zamoner, escritor – Curitiba, PR.

 

 

"Amigo CC,

Recebi os teus livros os quais te agradeço do coração. Li O Aprendiz de Poeta e gostei muito. (...) O teu livro O Aprendiz de Poeta deu-me várias ideias de como escrever um livro em linguagem bastante simples e acessível ao público em geral.

Um grande abraço deste teu amigo do outro lado do Atlântico."

Emmanuel de Cériz, escritor – Valadares, Portugal.

 

"O Aprendiz de Poeta é meigo, lindo, e será lido por todas as crianças aqui e com um agravante: sou amiga do Abel, que tem o cavanhaque igual ao do meu filho Lucas, fazendo Manhã Clara, sua menina de 1 ano e 4 meses, chamar sua caricatura de papai, rsssss.
É isso, meu querido, iniciativa nota mil, parabéns pelos trabalhos e criação!
Beijosssssss."

Márcia (clarinha), Rio de Janeiro, RJ.

 

 

O aprendiz de poeta, de Cláudio B. Carlos, é livrinho de criança, principalmente as de vinte a quarenta anos de idade. As ilustrações de Fredy Varela lembram tempos antigos, de crianças a chupar picolé e adultos de olho em pipas no ar. A dicção de Cláudio não é infantil ou infantiloide. O personagem principal é Fernando e não Chico Pançudo ou Toquinho de Amarrar Onça: ... ‘vez em quando, após uma fungada, passava as costas da mão no nariz’. Nos diálogos, o leitor brasileiro (exceto o sulista) poderá encontrar alguma dificuldade, ante o tratamento usado pelo menino Nando e o versista Abel. Como na pergunta: ‘Abel, tu não anotas os poemas que tu crias?’ As crianças brasileiras, na sua maioria, fariam a pergunta assim: ‘Abel, você não anota os versos em papel?’ A presença da poesia de Manuel Bandeira e Fernando Pessoa na trama de O aprendiz de poeta poderá dar noção de pedantismo do gaúcho. Com a escola de hoje e essa mania dos educadores de se servirem apenas do jargão ditado pela televisão e pelo sociologismo moralista (aquele dos professores e doutores analfabetos, repletos de preconceitos tão nocivos quanto os que querem combater, e segundo os quais Monteiro Lobato é um mal), o opúsculo de Cláudio poderá terminar encalhado, se não for tachado de ‘fora da realidade’.”

Fortaleza, 24/26 de janeiro de 2014.
No blog de Nilto Maciel, escritor.

 

“(...) livro que faz parte de formação da minha filha! CC é o maior e o melhor!”

Bianca Wandt, Niterói, RJ.

 

 

O homem do terno de vidro

 

O Homem do Terno de Vidro, do escritor Cláudio B. Carlos, pode ser lido de várias maneiras. Podemos considerar o livro como a reunião de três novelas interligadas. Podemos ler como um romance. Dependendo do ponto de vista, pode ser o relato de três viagens diferentes, de uma só viagem específica, de qualquer viagem. Mas em tudo diferente da tradicional literatura de viagem. É um texto original e inquietante, que oferece muitas possibilidades de leitura e de interpretação.

O viajante está em busca de algo, de um novo lugar, de uma nova possibilidade, talvez. Sobretudo, busca o sentido da vida, de sua existência, busca compreender de onde vem a sua dor, a sua sensação de desajuste, de ser gauche na vida, como diria o poeta Drummond. Ele conversa com um interlocutor desconhecido, mas não há diálogo. Trata-se de um monólogo, pois o personagem não encontra respostas para seus anseios, conflitos, para o seu drama existencial. A vida não lhe fornece maiores explicações. Nem as pessoas. Nem as suas experiências. Nem Deus. A pergunta, nunca respondida, vai lhe corroendo as entranhas num questionamento que nunca cessa. Trata-se mais de uma conversa consigo mesmo. As palavras expressam um desespero que está sempre presente, mas nunca leva a uma atitude extrema. Sempre remete à palavra seguinte, ao parágrafo seguinte, à viagem seguinte. Como Sísifo, o personagem está condenado às repetições. A angústia torna o suicídio algo iminente, mas que não se concretiza e que permanece enquanto possibilidade sempre à espreita. No entanto, nem mesmo isso representa uma saída ou uma solução. O que há, de fato, é a danação.

As tentativas de organizar a experiência e o mundo de um modo quase enciclopédico reforçam a quase inutilidade do conhecimento. A antiga máxima de Pitágoras ─ do Conhece-te a ti mesmo ─ não é redentora, não apresenta nenhuma possibilidade de salvação. Existir é desbravar a própria angústia.

Sem dúvida é um livro recomendado para quem aprecia a verdadeira literatura e não se satisfaz com a mediocridade editorial que assola nossos tempos. Afinal, grandes autores sempre exigem a participação do leitor, fazendo-o refletir, coisa que poucos estão conseguindo realizar neste século XXI.

Cláudio B. Carlos é um nome para ser lembrado. E que o tempo lhe faça justiça porque ele realmente merece.”

 

Cleber Pacheco, poeta, escritor, crítico literário, mestre em letras - Esmeralda, RS.

 

 

 

 

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